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Falta de leitos na capital mineira

09 maio 2013 - 10:11

Nos últimos meses, difícil foi o dia em que não houve, na imprensa mineira, matéria referindo-se à estrutura hospitalar
da capital e da acessibilidade das pessoas a este serviço. Jornais, revistas e a televisão têm mostrado diuturnamente as filas nos prontos socorros e prontos atendimentos. Os hospitais estão lotados e a baixa oferta de leitos nos hospitais, tanto públicos quanto privados, vem se agravando com o tempo.

Tudo isto é incontestável. A desestruturação destes serviços é crescente. O momento é muito crítico e soluções estruturais mais profundas precisam ser implementadas. Analisando a situação pelo lado dos hospitais, fica fácil perceber que estes por si só não conseguem resolver a questão da falta de leitos, já que parecem, no momento, ter pouco poder de investimento estruturante. Segundo eles, não é compensador buscar investimentos para este fim, já que em sua visão os compradores de serviços não remuneram de forma que compensem os investimentos.
Por outro lado, é só observar os dados das operadoras, e estes são públicos e rigorosamente monitorados pela ANS e pela sociedade, o que os torna absolutamente transparentes, para perceber que estas empresas estão no limite de suas capacidades, e a maioria absoluta delas operando com grandes prejuízos.

Prejuízos estes provocados não à custa de aumentos em despesas administrativas, mas sim pelo aumento crescente e absurdo das despesas assistenciais. Pelo lado do financiador do sistema, em sua maioria, empresas privadas e já sabidamente sacrificadas por uma das maiores cargas tributárias do planeta alegam não ter como assumir tamanha elevação nos custos com a saúde, sob pena de ver comprometida sua atividade base.

Ou seja, parece claro não haver solução para as filas e a falta de vagas sem uma decomposição acurada e responsável
da cadeia produtiva dos serviços de saúde com o objetivo de esclarecer onde estão os excessos e mazelas que sabemos, sem dúvida, existirem. Tenho por certo que não está em poder das operadoras e, pelo que percebo, não está inteiramente em mãos dos hospitais.

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